Educação Integral

Entende-se por tempo integral as matrículas em turno escolar de duração igual ou superior a sete horas diárias, como referência à LDB n. 9495/96 que, há mais de uma década, preconizava a progressiva ampliação da jornada escolar.

Sintonizar os objetivos dessas considerações com as finalidades básicas de uma escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental pressupõe matrizes curriculares ampliadas, que se consolidam como indicadores e como referenciais a partir dos quais a equipe escolar, frente às possibilidades de adequação do espaço físico existente, dos recursos humanos e materiais disponibilizados, planejou e organizou sua proposta de trabalho. 

A Educação Integral, nesta proposta amplia tempos, espaços e conteúdos, buscando constituir uma educação cidadã, com contribuições de outras áreas sociais e organizações da sociedade civil. 

O ideal da Educação Integral traduz a compreensão do direito de aprender como inerente ao direito à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade e à convivência familiar e comunitária e como condição para o próprio desenvolvimento de uma sociedade democrática.
Visa:
•    Ampliar as oportunidades educacionais dos educandos, visando a formação de novas habilidades e conhecimentos, pela expansão do período de permanência diária nas atividades promovidas pela escola. 
•    Educar os alunos para o pleno exercício da cidadania, orientando-os para a vida; 
•    Criar hábitos de estudos, aprofundando os conteúdos vivenciados no turno regular;
•    Vincular as atividades pedagógicas às rotinas diárias de alimentação, higiene, recreação e estudos complementares;
•    Promover ampliação e humanização do espaço da sala de aula;
•    Manter os estudantes com atividades, no instante em que os pais estão buscando o sustento da família no mundo do trabalho; 
•    Atender às demandas dos pais que moram na região.

No desenvolvimento de uma proposta de educação integral não existem modelos predefinidos, mas é fundamental organizar um currículo capaz de integrar os diferentes campos do conhecimento e as diversas dimensões formadoras das crianças e jovens na contemporaneidade.
A escola deve voltar-se, também, para a formação do cidadão, priorizando práticas e construindo valores que possibilitem a convivência em uma sociedade democrática sem abrir mão de seus conteúdos, mas atribuindo sentido ao que é transmitido.

A integralização de saberes e experiências será função compartilhada entre a escola, parceiros e espaços educativos. A escola não será o único lugar de aprendizagens. Outros espaços em que a vida em sociedade ocorre e que podem ser potencializados como espaços educativos (museus, praças, clubes, quadras, teatros, bibliotecas, cinemas, parques, entre outros), irão compor o território educativo da comunidade escolar.

A construção particular desse currículo considera e garante atividades lúdicas cotidianas, uma vez que tais atividades contribuem para o processo de socialização das crianças, oferecendo- lhes oportunidades de realizar ações coletivas livremente, além de propiciar efeitos positivos no processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de habilidades básicas. É importante lembrar que, na ludicidade, a criança:
•    Recria e interpreta o mundo em que vive;
•    Relaciona-se com o mundo;
•    Explora a emoção, os sentimentos, os pensamentos, os desejos e as necessidades, ao utilizar-se das diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita);
•    Desenvolve a linguagem, o pensamento, a concentração e a atenção;
•    Experimenta, descobre, inventa, aprende, desenvolve habilidades e senso de companheirismo;
•    Aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustrações e elevar o nível de motivação;
•    Vive personagens diferentes, ampliando sua compreensão sobre os vários papéis e relacionamentos humanos;
•    Constrói a sociabilidade;
•    Aprende.