Há vinte anos anos foi fundado em Goiânia o Colégio Jesus Maria José. Fruto dos anseios da comunidade local, e pertencente à Rede Jesus Maria José de Educação, o colégio cresceu e se solidificou. Hoje é instituição reconhecida e respeitada. A tradição de seu trabalho se expressa em ações de contemporaneidade e olhar promissor para o futuro.

Percussor de grandes ideias e realizações o colégio vive hoje seu momento de afirmação da identidade educacional. É responsável pela efetivação de um trabalho sério e ético, pautado na legitimação de valores cristãos e em uma ação educativa de qualidade que respeita a unidade e a diversidade, de maneira solidária e fraterna.
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Literatura infantil no século XXI: Qual é a literatura que as crianças vivem hoje?

É… As crianças não são mais as mesmas de antigamente. Que bom! Os anos se passaram, os tempos mudaram e, junto com isso, nós também. Afinal, estamos sempre em um processo de transformação e, com os avanços da tecnologia, a informação se tornou ainda mais acessível, fazendo com que nós, o público, fiquemos cada vez mais exigentes. Dentro desse contexto, a literatura infantil teve que acompanhar o amadurecimento dos seus pequenos leitores cada vez mais críticos e curiosos! Nós conversamos com Caroline Lara, formada em psicologia e curadora na Leiturinha e no PlayKids Explorer, para saber mais sobre as novas configurações da literatura para crianças no século XXI. Uma literatura que alia interatividade e, até mesmo, tecnologia na infância, para ensinar e divertir crianças de diferentes idades. Confira este bate-papo:

Na sua opinião, os livros infantis têm passado por transformações nos últimos anos? Se sim, em que sentido?

Caroline: Sim, sem dúvida! A literatura tem assumido cada vez mais uma função artística e social. A apresentação de grandes nomes da arte e da literatura, assim como a referência a grandes clássicos em uma nova roupagem, é cada vez mais comum. A abordagem de assuntos pertinentes à educação e à ética humana, saíram dos calhamaços adultos e assumiram um papel importante nas obras destinadas aos pequenos. A valorização de elementos culturais tais como obras de arte, monumentos e feitos intelectuais podem ser reconhecidos se expressos com uma linguagem acessível e respeitando as limitações impostas pela idade e pelo contexto de cada qual. O livro ultrapassou o lugar de literatura e assumiu o posto de objeto que traduz significados fazendo com que a criança amplie sua linguagem de forma natural e passe a representá-la e reproduzi-la, transformando sua realidade interna e a realidade que a cerca.

Quais as principais diferenças e exigências dessa nova geração de pequenos leitores? Como a literatura pode acompanhar essas mudanças?

Caroline: Hoje, os pais e também os pequenos não esperam que a literatura infantil tenha apenas a função de auxílio no processo de alfabetização. Atualmente, sabe-se que é de extrema importância que as crianças recebam, em todos os sentidos, estímulos adequados para que níveis do desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional sejam alcançados para que enfim, completem seu processo de maturação e também construam uma visão crítica do mundo e da sociedade. Hoje, precisamos de uma literatura questionadora destinada à infância. É dessa forma que pais e educadores informais conseguirão, cada vez mais, introduzir o livro infantil no cotidiano de crianças para além dos ambientes educacionais. Uma vez usado como um estímulo à imaginação, o livro é um recurso ideal para que a criança se familiarize com o vocabulário e melhore também sua expressão oral; além de ser um meio de transmissão de valores comunitários, de estímulo da criatividade e veículo de reflexão. Para isso, autores, ilustradores e criadores estão se distanciando desse caráter óbvio da literatura infantil e desenvolvendo textos e imagens que apresentam não só conceitos básicos às crianças, mas também o mundo à sua volta, despertando assim, a partir da ludicidade, da imaginação e da fantasia, uma consciência crítica.

Nos dias de hoje, com os avanços tecnológicos e uma infância mais conectada, como podemos pensar a tecnologia enquanto aliada da literatura?

Caroline: Assim como os recursos sensoriais, lúdicos e interativos como os pop-ups, lâminas e cortes distintos nos livros, podemos sim usar a tecnologia como uma forma de expandir a experiência da literatura. A Realidade Aumentada por exemplo, é uma forma de somar na imaginação da criança e fazer com que o interesse pela leitura aumente ainda mais. Além disso, hoje é possível fazer uma espécie de pós-leitura utilizando recursos digitais, como por exemplo, vídeos e atividades que se relacionam à temática abordada na leitura. Aqui, cabe reafirmar a importância da curadoria, afinal, no mercado editorial infantil estão disponíveis milhares de títulos literários, com diversos conteúdos e temas direcionados ao público infantil. A proposta da curadoria é avaliar, filtrar e selecionar esses conteúdos a fim de direcionar ao público livros recomendados de acordo com a fase de desenvolvimento, com variados gêneros, tipos e linguagens, considerando o que há de melhor em conteúdo infantil destinado às crianças.